segunda-feira, 28 de junho de 2010

Essa brisa que sou.


É nessa brisa
Feita de ecos.
Nesse vazio
Onde me perco.
Que procuro a essência de mim.

É esse manto
Que me protege
Nos dias em que não amanhece.
E dessa solidão
Que permanece.

É nesse lençol transparente
Onde o silêncio se torna breve.
Que as palavras fazem sentido
Na alma de quem as escreve.

É essa branca neblina
Nascida das brumas de quem sou.
Que me transporta no tempo
De onde e para onde vou.

É essa brisa que me envolve
É esse choro que me acalma.
É esse amor que brotou
É esse sonho que não sou.

Sou palavra que penetra
O coração de quem ama.

sábado, 26 de junho de 2010

Depois da paixão...


O amor
É somente o que resta
De uma grande paixão.
É acalmia
Depois de uma alvorada.
É porto de abrigo
Depois da borrasca.
É o silêncio
Do grito da carne.
É pele que repousa
Depois de arder.
O amor
Também é presença
Na ausência que fica
Depois da paixão.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

É o Alentejo que sou.


Fui parido
Da terra nua
Como semente jogada ao vento
Que nasce selvagem
E bela.
Sou flor na primavera
Em Abril
Das aguas mil.
Sou planície
Verdejante
De beleza imensurável.
Até onde meus olhos cegam.
Ondas de roxo se elevam
Entre brancos e amarelos
Desmaiando por fim
Nos vermelhos
Em salpicos de alecrim.
Sou regatos de água pura
Onde os loendros se banham
Sou carvalhinho perfumado
Por amores procurado.
Sou vento, brisa e chuva
Sou terreno enlameado.
Sou senda, caminho, estrada
Fonte de água gelada.
Dias ensolarados
E fresco da madrugada.
Pássaros de negro vestidos
Em rodopios de azul.
Passarola voadora
Em seu alto pedestal
Sou o gemer da azinheira
Curvada sob seu peso.
Sou monte velho, caído
Onde o vento uiva e grita
Na sombra da solidão.
Sou a terra que dava o pão.
Sou feito de lágrimas e suor
Sou dor de quem já sofreu.
Nas entranhas da terra dura.
Sou de grande formosura
Nesta estação primaveril.
Cheiros! São mais de mil
As cores! Do arco-íris.
Este, sim! É o Alentejo que sou.
E não o que dizem ser.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Condição humana.



Sempre sozinho
Como pássaro
Esquecido em seu ninho.

Sou um pobre
Errante
Sem tréguas
Sem dó
Nem carinho.

A minha vida
É um sofrimento
Um desespero sem fim.
Quando esmolas
Eu peço.
Peço a Deus
Que rogue por mim.

Nesta tão grande solidão
Às vezes eu me pergunto
Se no mundo
Há tanto pão
Porque viverei
Eu como um cão?!

Levando
Minha sacola
Levando
Meu coração
Todo o meu corpo
Se consola
Quando qualquer coisa me dão.

Sujeito
A vários perigos
Que a vida
Às vezes nos traz.
Percorro
O caminho de Deus
Eu sou
Um anjo da paz.

Eu sei
Que no mundo
Existem.
Milhares, milhões
Como eu.
Ò Deus
Dá uma mão
A este mundo
Que é teu.

Dinheiro!
Para comprar armas,
Ódio, solidão, sofrimento.
Porque não?!
Pão, amor e carinho.
E deitar
As espadas ao vento.



"Alguns poemas, aqui postados, foram escritos alguns anos atrás.
É o caso deste que foi escrito quando tinha a bonita idade de 17 anos."

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Viajei na tua existência...


Viajei
À velocidade da luz
Pelo cosmos
Da tua existência.
Percorri galáxias
De dor.
Buracos negros
De vazio interior.
Nebulosas de solidão.
Estrelas de fraca luz.
Planetas moribundos.
Até cheguei a fingir dor
Para melhor me adaptar
A esse teu espaço profundo.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Deixei pegadas...


Deixei pegadas
Vincadas na areia molhada.
Vestígios pré-históricos
Da longa espera.
Sinais
De existência humana.
Que reclama o espectro
Da paixão que tarda em chegar
Que o mar ainda não trouxe.
Esse mar que tanto amei
E a quem dei
O sal das minhas lágrimas.
Esse mar que seduzi
E transformei em carne
Em sonhos húmidos
De paixão.
Reclamo essa parte
Que me transcende
Essa outra metade
De mim.
Essa luz divina
Que me enaltece
Esse nascer do sol
Que me aquece.
Espero que o mar
Se não te trouxer
Se transforme em aguas mansas
Perdendo toda a sua grandeza.
E levando com ele no final
Todas as minhas pegadas.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Mágoas.


Pensei
Já estar recuperado
Da dor
De todas as minhas mágoas.
Mas não!...
Aceitei
Deixar-me levar
Para terreno inóspito
E perder-me!...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Os meus desenhos.


Os meus desenhos
São esboços
Do que me vai na alma.
Os meus poemas
Tentam, inutilmente,
Descreve-los.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Opinei...


Opinei
Sobre a matéria
De que é feito
O universo.
E não cheguei
A uma conclusão lógica.
Talvez,
Quem sabe?!
Ele fosse criado
Para que tu existisses.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Esse teu olhar!


Não ouso
Sonhar
Com o fim
De todas as coisas.
Limito-me
A contemplar!
O belo
Que existe nesse teu olhar.

domingo, 13 de junho de 2010

O teu retrato.


Procurei
O Arco-íris
E pedi-lhe todas as cores
Para pintar o teu retrato.
Ao qual ele me respondeu!
Será esse retrato teu
Mais importante do que eu?!
Eu que coroo a terra de cores!
Eu que vivo no sonho das crianças!
Eu que indico o local de todas as riquezas!
E é esse teu retrato assim tão exuberante?!
É, tenho a certeza que é.
Eu não lhe conheço o rosto!
Mas conheço-lhe a alma.

As palavras...


...vivem em mim,
Independentes da minha vontade!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sou uma sombra que passa...


Sou uma sombra
Que passa
E que na penumbra se prolonga
Para lá do meu gélido túmulo.
Nesta noite vestida de trevas
Onde a lua, soberba, se veste de branco puro.

Sou destino marcado.
Sou senda infinita.
Parido das brumas do tempo.
Sou morte do nada que sou.

Sou estrangulamento
Da luz que brilha altiva.
Deito-me na terra barrenta
Na terra que me abraçou.
Deixo-me ir com o vento
O vento que por ali passou.
Disperso pelo universo
Esse universo que sou.

Dessa alma que persiste
Em não perceber que existe.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

terça-feira, 8 de junho de 2010

Déjà-vu!



As pedras da calçada
Conhecem-me pelos passos.
Até me tratam por tu.
E sussurram-me em uníssono
Olá Josééééé…
É o déjà-vu diário.
E é este o meu mundo físico!
O mundo que eu não escolhi.

domingo, 6 de junho de 2010

Em rodopios de azul!


Imagino-me!
Deitado nas nuvens brancas
Que acariciam o sol.
E deixo-me levar…
Em rodopios de azul.

Lá, em baixo…
Deixei a escuridão.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Um salto no tempo!


Dei
Um salto no tempo
Do que sou.
Fui ao futuro.
Regressei ao passado.
E nada mudou!