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Caminho
Por entre flores espinhosas
Coloridas, belas e perfumadas
Mas perigosas.
À parte…a rosa.
Bravo
O tempo
Cercou-me
Num abraço apertado,
Asfixiante,
E chorou.
Chorou sobre as minhas velhas feridas
Cicatrizadas na alma.
Chorou
Sobre a solidão
Minha companheira
Nas longas noites.
Chorou
Sobre um horizonte
Sem azul
Que me limita a visão
E onde a penumbra
É o meu céu.
Chorou
Sobre os socalcos
Do meu rosto
Entre rasgos de sofrimento
E desertos de emoções.
E, por fim, chorou
Da desumanidade
Que ele, o tempo,
Fez ao homem.
Bravo
Caio
Na noite
Onde não há sombras.
Filtro-me na escuridão
Como quem rouba.
Grito!...
Grito em silêncio
As minhas mágoas.
Vomito o álcool
Do esquecimento.
E aconchego-me
Na solidão de mais um dia.
Bravo
Pintei
Pintei de vermelho
A abóbada celeste.
E logo caíram,
Em cascata,
Lágrimas de sangue.
Formou-se,
No horizonte humano,
Um arco-íris
De silêncio.
Onde não existe memória.
Onde nada faz sentido.
E onde a morte se presenteia.
Bravo