domingo, 19 de julho de 2009

A importância da mini na construção civil


A importância da “Mini” na construção civil.


O que seria da construção civil sem este objecto de culto. É raro encontrar-se uma casa em construção, em que não nos deparemos, constantemente, com umas quantas garrafas vazias espalhadas pelo chão e nos mais variados lugares. Não existe nenhuma abertura de caboucos que não seja contemplada com várias taras perdidas, no seu leito de cimento. Sinais de uma geração de homens duros, torneados nos próprios ferros que se erguem e fortalecem uma construção. Moldados por frios intensos e calores abrasadores.
Beber umas minis é hoje quase como se de um ritual se tratasse. As minis bebidas ás dez horas da manhã, são sagradas, o trabalho não corre bem se faltar esse elixir, esse liquido dourado e fresco que não só sacia a sede, como dá azo a alguns dedos de conversa de caris sexual, sobre as meninas que passam na rua em frente. Quando, rara-
mente, se acaba esse precioso líquido, está sempre alguém pronto a fazer a viagem, independentemente da distancia, até ao sitio onde se encontra a preciosa fonte.
Pode faltar o cimento, os ferros, os azulejos e até o próprio patrão, não interessa, porque o mais importante é que não faltem as minis.
Chegada a hora de almoço é sempre obrigatório, uma passagem no café mais próximo para tomar o aperitivo. Entre uns tremoços e uns amendoins, lá escorregam mais duas ou três minis, dependendo das pessoas que ali se encontrem.
Ai do pobre homem que mande fazer obras em casa e deixe acabar as minis no frigorifico, tem de arranjar uma boa desculpa para não ser penalizado, alem de ofensas verbais, nas suas costas, está sujeito a que as obras sofram algumas alterações, coisa que não se emende com algumas minis.
No final da tarde, os corpos cansados, suados, doridos pelo esforço físico, rogam o merecido descanso. Lá ao fundo uma voz, cansada, tenta sobressair entre o ruído do arrumo das ferramentas: Quem é que paga umas minis? Ali não importa quem paga, o importante é beber.
No final da tarde, por vezes o ritual, prolongasse até ao jantar, dependendo dos amigos que vão chegando, do petisco que houver, ou do jogo de futebol que estiver a passar na televisão.
Hoje, quando se pede um orçamento a um pedreiro, existe uma clausula nas entrelinhas, em que as minis já vêm incluídas.
No dia seguinte, logo pela manhã, alguém pergunta: Não se esqueceram das minis, pois não?



José Bravo Rosa

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Tabernas de Castro Verde


Lugares ancestrais de conhecimento e cultura. Rituais sociais, onde o vinho desinibe e fomenta as longas conversas entre as várias culturas. Ali, entre aqueles odores acres e adocicados, entre um copo e outro, fez-se o menino homem. Ali, enxuga-se a alma e esquecem-se por momentos os dissabores da vida.
As tabernas são lugares sagrados, religiosos, também compostos por mandamentos, onde o sangue de Cristo é tomado por todos religiosamente. Onde os sermões são dados com sabedoria, utilizando, quase sempre, as palavras certas para o momento.
Fala-se do Ti António que morreu do coração, do Ti João que morreu de cancro, mas ali, não se houve falar que alguém morreu por causas do vinho, porque ali, o vinho é um elixir, um antídoto para todos os males. “Diz-se que até mata os bichos.”
Ali não existe stress, entre uma rodela de linguiça e uma lasca de presunto também o colesterol é esquecido.
Por fim, quando as pernas não obedecem e o andar se torna desequilibrado, culpa-se sempre o ultimo copo. Mas existe sempre um amigo pronto a levar-nos a casa.
As tabernas são escolas de vida de saberes populares onde o cante marca o compasso.
Vale a pena fazer-lhes uma visita.


João das Cabeças ( Rua da Aclamação )

Tio Virgílio ( Rua Sacadura Cabral )

João Rosa ( Rua das Cangas )








José Bravo Rosa

terça-feira, 7 de julho de 2009

Uma pérola em campos de oiro

Avista-se ao longe, deitada na planície, dormitando entre flores silvestres na primavera do campo branco. Vila pequena, situada no interior do Baixo Alentejo no Distrito de Beja.
Terra de tradições centenárias, de cante, de poesia e de saberes populares.

Castro Verde é uma vila em que o seu passado sempre esteve virado para o futuro. Aqui, a cultura bebe-se, saboreia-se, envolve-nos constantemente, todos os dias do ano.
As actividades culturais são muitas e variadas, abrangem todas e as mais diversas áreas culturais.
A câmara Municipal, como pólo organizador destes eventos, tem sido incansável nesta ponte, entre o que se faz de melhor na grande cidade e o trabalho que é feito para que as pessoas tenham acesso aos mesmos.