quinta-feira, 15 de julho de 2010

E se deixasse de ser eu?!


Tenho a certeza
De que seria mais feliz
Se deixasse de ser eu.
Se não carregasse
Todo este peso do mundo.
Se não olhasse
Mais além
Do que a vista alcança.
Se não conseguisse
Ler nas entrelinhas
Do óbvio.
Se conseguisse dizer, simplesmente,
O céu é azul,
O mar é imenso,
A terra é gigante.
Se me limita-se
À passagem do tempo.
À reprodução da espécie.
Ao narcisismo da sociedade.
À obediência do grupo.
Talvez vivendo
Nesta eterna cegueira
Fosse eu
Um outro mais feliz.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Espero


Espero
Que as minhas palavras
Transformem as madrugadas
Em autenticas alvoradas
No coração de quem ama.

Sinto que estou presente
De quem vive na poesia.
Também sinto a melancolia
Do que é estar ausente
Mesmo sem rumo aparente
Na procura de um novo dia.

sábado, 3 de julho de 2010

Uma beleza feita de espinhos!



Trespassei
O coração da rosa
Com o seu próprio espinho.
Um liquido carmim
Jorrou
Das pétalas brancas
De seda pura.
Uma lágrima
De orvalho
Silenciou a dor
E caiu no vazio
De tamanha beleza
Feita de espinhos.