quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Entre flores


Caminho
Por entre flores espinhosas
Coloridas, belas e perfumadas
Mas perigosas.
À parte…a rosa.

Bravo

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Achado no tempo


O tempo
Cercou-me
Num abraço apertado,
Asfixiante,
E chorou.
Chorou sobre as minhas velhas feridas
Cicatrizadas na alma.
Chorou
Sobre a solidão
Minha companheira
Nas longas noites.
Chorou
Sobre um horizonte
Sem azul
Que me limita a visão
E onde a penumbra
É o meu céu.
Chorou
Sobre os socalcos
Do meu rosto
Entre rasgos de sofrimento
E desertos de emoções.
E, por fim, chorou
Da desumanidade
Que ele, o tempo,
Fez ao homem.

Bravo




quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Lamento


Caio
Na noite
Onde não há sombras.
Filtro-me na escuridão
Como quem rouba.
Grito!...
Grito em silêncio
As minhas mágoas.
Vomito o álcool
Do esquecimento.
E aconchego-me
Na solidão de mais um dia.


Bravo

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Vermelho celeste.


Pintei
Pintei de vermelho
A abóbada celeste.
E logo caíram,
Em cascata,
Lágrimas de sangue.
Formou-se,
No horizonte humano,
Um arco-íris
De silêncio.
Onde não existe memória.
Onde nada faz sentido.
E onde a morte se presenteia.

Bravo

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Por vezes, sinto-me…


Por vezes
Sinto-me
Só alma
E não pessoa.
E sigo
Por entre gentes
Invisível.
Deixo
Meu pranto
Em cada canto.
Percorro
Meu céu
Como quem voa.
Esfumo-me
Na penumbra
Das eras
Onde nasce
O homem novo.


Bravo

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Para além do horizonte


Voo
Nas asas do vento
Para além do horizonte.
Deixo terra
Deixo gente
Amores?!
Deixo certamente.
Nostalgia
Terei sempre
Neste meu voo
De solidão.
Embarco
Nesta utopia
Se o estar longe
Me alivia
Me traz
A felicidade
Ou não!

Bravo

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Espero um dia a madrugada.


Envolvi-me
Em mar revolto
Desfiz-me
Em branco sal.
De lágrimas
Maré-cheia
De saudades
Grãos de areia.
Onde o sonho
Rasga a lua
Na escuridão do espaço
Perco-me
Num grande abraço
De pedras, cinzas e nada.
Procuro
Sorrisos nas nuvens
De negro choro vestidas.
Procuro
Nas despedidas
O calor de um sol morno
Que me aqueça
O gélido oceano
Que povoa minha alma.
Procuro no horizonte
A calma
Para quem sofre em agonia
Fecho-me na nostalgia
Dos momentos
Em que me perdia
Em campos verdes de sol.
Que em teus olhos reflectia
Um arco - iris de amor.
Vivo preso nesta dor
E fiz da solidão o meu mundo
Perdi-me nas brumas do tempo
Na terra do sol poente.
Espero um dia a madrugada.

Bravo

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Fiz amor com a morte


Ontem à noite
Fiz amor com a morte.
Vejam que sorte!
Um, num milhão.
E não é uma opção!
É uma questão
De vida ou de morte.
Dar-lhe prazer
Antes de morrer
É um apanágio
De quem quer viver.
De negro vestida
Dizem as gentes
De foice na mão
Dizem os crentes.
Mas na intimidade!
Deixa saudade.

Bravo

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Chorei


Chorei
Chorei lágrimas de azul marinho.
O azul dos teus olhos.
Transparentes
Como gotas de agua pura.
Belos,
Intensos
E cheios de amor.
Só voltarei a chorar
Quando o horizonte te trouxer.


Bravo

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Saudade do pássaro azul


Por fim
O pássaro azul
Bateu asas
E voou.
Voou em círculos
E pairou.
Antes de iniciar seu voo
Gritou.
Gritou ao vento que passa
Palavras de amor.

Bravo

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

E eis chegada a primavera


Penetro
Morosamente
Na terra mãe.
Como se me afunda-se
Em areias movediças.
Lentamente,
Fundo-me com ela.
Deixo de ser gente
Para ser terra.
Sublime prazer
De uma metamorfose
Que exalta os sentidos
De quem morre
Para dar vida.
E eis chegada
A primavera.

Bravo

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Quero ser o amor.


Quero sentir
A eterna dor de amar.
Amar aqui e além,
Não importa quem,
Só pelo prazer de amar.

Quero ser escravo do amor
De onde não me quero libertar.
Quero amar
O sol, a lua,
A terra, o mar.
Quero amar
Só por amar.

Quero amar
Esse teu sorriso
Feito de primaveras.
Deixar-me levar por quimeras
Embriagadas de paixão
Num paraíso feito sonhos.
Mas, sobretudo, quero amar.

Quero amar
A solidão
Para onde convergem as palavras
De que é feito poema.
Quero amar
A melancolia
De que são feitos os meus dias.
Amar
Também a tristeza
O sorriso de Mona Lisa.
A silhueta que passa
Que não se quer reconhecida.

Quero amar,
A quem me ama,
A quem me trai,
A quem me engana.
Quero amar a esperança
De um dia o homem mudar.
Quero um dia amar a morte
Quando não poder mais amar.
Mas quero deixar o amor
No coração de quem sofre
Ser uma estrela que brilha
Naquelas noites mais escuras.

Quero ser o amor.


Bravo

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Caminhando para o vazio


Sinto pena
Das pessoas
Que passam apressadas
Caminhando alucinadas,
Para o vazio de si próprias.
Para a ilusão da matéria.


Bravo

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Desejo...


Desejo
Respirar o sol
De que és feita.
Perder-me
Nesse teu corpo
Em labaredas de prazer.

Desejo
Esse odor a maresia
Dessa pele feita de agua.
Que me envolve
E refresca
Do fogo
Que arde em mim.

Desejo
O clímax da noite.
A volúpia
Da paixão.
Onde o êxtase
Do momento
Termina…
No silêncio do amor.

Desejo…


Bravo

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Código de amor.


Existe um código
Em que as palavras
Se transformam em símbolos.
Um código de amor.
Que deturpa
Toda a veracidade
Das emoções
E que as transforma
Em armadilhas dos sentimentos.
Em que o abismo
Se encontra à nossa frente.
E nós saltamos!
Saltamos para o vazio.
Para o desconhecido
De nós mesmos.
E sentimo-nos bem!
Seguros na nossa ilusão
De bem estar.
É esse silêncio enganador,
Esse momento hipnótico,
Que nos limita.
Que nos amordaça o grito
De libertação da alma.
Fazendo com que as palavras
Não façam sentido.
E nos levem ao limiar
De um irrealismo
Subjacente a toda uma panóplia
De momentos abstractos
Projectados pela mente.
Que nos transformam, simplesmente,
Nos humanos que somos.
Dependentes do amor.


Bravo

quinta-feira, 15 de julho de 2010

E se deixasse de ser eu?!


Tenho a certeza
De que seria mais feliz
Se deixasse de ser eu.
Se não carregasse
Todo este peso do mundo.
Se não olhasse
Mais além
Do que a vista alcança.
Se não conseguisse
Ler nas entrelinhas
Do óbvio.
Se conseguisse dizer, simplesmente,
O céu é azul,
O mar é imenso,
A terra é gigante.
Se me limita-se
À passagem do tempo.
À reprodução da espécie.
Ao narcisismo da sociedade.
À obediência do grupo.
Talvez vivendo
Nesta eterna cegueira
Fosse eu
Um outro mais feliz.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Espero


Espero
Que as minhas palavras
Transformem as madrugadas
Em autenticas alvoradas
No coração de quem ama.

Sinto que estou presente
De quem vive na poesia.
Também sinto a melancolia
Do que é estar ausente
Mesmo sem rumo aparente
Na procura de um novo dia.

sábado, 3 de julho de 2010

Uma beleza feita de espinhos!



Trespassei
O coração da rosa
Com o seu próprio espinho.
Um liquido carmim
Jorrou
Das pétalas brancas
De seda pura.
Uma lágrima
De orvalho
Silenciou a dor
E caiu no vazio
De tamanha beleza
Feita de espinhos.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Essa brisa que sou.


É nessa brisa
Feita de ecos.
Nesse vazio
Onde me perco.
Que procuro a essência de mim.

É esse manto
Que me protege
Nos dias em que não amanhece.
E dessa solidão
Que permanece.

É nesse lençol transparente
Onde o silêncio se torna breve.
Que as palavras fazem sentido
Na alma de quem as escreve.

É essa branca neblina
Nascida das brumas de quem sou.
Que me transporta no tempo
De onde e para onde vou.

É essa brisa que me envolve
É esse choro que me acalma.
É esse amor que brotou
É esse sonho que não sou.

Sou palavra que penetra
O coração de quem ama.

sábado, 26 de junho de 2010

Depois da paixão...


O amor
É somente o que resta
De uma grande paixão.
É acalmia
Depois de uma alvorada.
É porto de abrigo
Depois da borrasca.
É o silêncio
Do grito da carne.
É pele que repousa
Depois de arder.
O amor
Também é presença
Na ausência que fica
Depois da paixão.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

É o Alentejo que sou.


Fui parido
Da terra nua
Como semente jogada ao vento
Que nasce selvagem
E bela.
Sou flor na primavera
Em Abril
Das aguas mil.
Sou planície
Verdejante
De beleza imensurável.
Até onde meus olhos cegam.
Ondas de roxo se elevam
Entre brancos e amarelos
Desmaiando por fim
Nos vermelhos
Em salpicos de alecrim.
Sou regatos de água pura
Onde os loendros se banham
Sou carvalhinho perfumado
Por amores procurado.
Sou vento, brisa e chuva
Sou terreno enlameado.
Sou senda, caminho, estrada
Fonte de água gelada.
Dias ensolarados
E fresco da madrugada.
Pássaros de negro vestidos
Em rodopios de azul.
Passarola voadora
Em seu alto pedestal
Sou o gemer da azinheira
Curvada sob seu peso.
Sou monte velho, caído
Onde o vento uiva e grita
Na sombra da solidão.
Sou a terra que dava o pão.
Sou feito de lágrimas e suor
Sou dor de quem já sofreu.
Nas entranhas da terra dura.
Sou de grande formosura
Nesta estação primaveril.
Cheiros! São mais de mil
As cores! Do arco-íris.
Este, sim! É o Alentejo que sou.
E não o que dizem ser.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Condição humana.



Sempre sozinho
Como pássaro
Esquecido em seu ninho.

Sou um pobre
Errante
Sem tréguas
Sem dó
Nem carinho.

A minha vida
É um sofrimento
Um desespero sem fim.
Quando esmolas
Eu peço.
Peço a Deus
Que rogue por mim.

Nesta tão grande solidão
Às vezes eu me pergunto
Se no mundo
Há tanto pão
Porque viverei
Eu como um cão?!

Levando
Minha sacola
Levando
Meu coração
Todo o meu corpo
Se consola
Quando qualquer coisa me dão.

Sujeito
A vários perigos
Que a vida
Às vezes nos traz.
Percorro
O caminho de Deus
Eu sou
Um anjo da paz.

Eu sei
Que no mundo
Existem.
Milhares, milhões
Como eu.
Ò Deus
Dá uma mão
A este mundo
Que é teu.

Dinheiro!
Para comprar armas,
Ódio, solidão, sofrimento.
Porque não?!
Pão, amor e carinho.
E deitar
As espadas ao vento.



"Alguns poemas, aqui postados, foram escritos alguns anos atrás.
É o caso deste que foi escrito quando tinha a bonita idade de 17 anos."

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Viajei na tua existência...


Viajei
À velocidade da luz
Pelo cosmos
Da tua existência.
Percorri galáxias
De dor.
Buracos negros
De vazio interior.
Nebulosas de solidão.
Estrelas de fraca luz.
Planetas moribundos.
Até cheguei a fingir dor
Para melhor me adaptar
A esse teu espaço profundo.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Deixei pegadas...


Deixei pegadas
Vincadas na areia molhada.
Vestígios pré-históricos
Da longa espera.
Sinais
De existência humana.
Que reclama o espectro
Da paixão que tarda em chegar
Que o mar ainda não trouxe.
Esse mar que tanto amei
E a quem dei
O sal das minhas lágrimas.
Esse mar que seduzi
E transformei em carne
Em sonhos húmidos
De paixão.
Reclamo essa parte
Que me transcende
Essa outra metade
De mim.
Essa luz divina
Que me enaltece
Esse nascer do sol
Que me aquece.
Espero que o mar
Se não te trouxer
Se transforme em aguas mansas
Perdendo toda a sua grandeza.
E levando com ele no final
Todas as minhas pegadas.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Mágoas.


Pensei
Já estar recuperado
Da dor
De todas as minhas mágoas.
Mas não!...
Aceitei
Deixar-me levar
Para terreno inóspito
E perder-me!...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Os meus desenhos.


Os meus desenhos
São esboços
Do que me vai na alma.
Os meus poemas
Tentam, inutilmente,
Descreve-los.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Opinei...


Opinei
Sobre a matéria
De que é feito
O universo.
E não cheguei
A uma conclusão lógica.
Talvez,
Quem sabe?!
Ele fosse criado
Para que tu existisses.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Esse teu olhar!


Não ouso
Sonhar
Com o fim
De todas as coisas.
Limito-me
A contemplar!
O belo
Que existe nesse teu olhar.

domingo, 13 de junho de 2010

O teu retrato.


Procurei
O Arco-íris
E pedi-lhe todas as cores
Para pintar o teu retrato.
Ao qual ele me respondeu!
Será esse retrato teu
Mais importante do que eu?!
Eu que coroo a terra de cores!
Eu que vivo no sonho das crianças!
Eu que indico o local de todas as riquezas!
E é esse teu retrato assim tão exuberante?!
É, tenho a certeza que é.
Eu não lhe conheço o rosto!
Mas conheço-lhe a alma.

As palavras...


...vivem em mim,
Independentes da minha vontade!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sou uma sombra que passa...


Sou uma sombra
Que passa
E que na penumbra se prolonga
Para lá do meu gélido túmulo.
Nesta noite vestida de trevas
Onde a lua, soberba, se veste de branco puro.

Sou destino marcado.
Sou senda infinita.
Parido das brumas do tempo.
Sou morte do nada que sou.

Sou estrangulamento
Da luz que brilha altiva.
Deito-me na terra barrenta
Na terra que me abraçou.
Deixo-me ir com o vento
O vento que por ali passou.
Disperso pelo universo
Esse universo que sou.

Dessa alma que persiste
Em não perceber que existe.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

terça-feira, 8 de junho de 2010

Déjà-vu!



As pedras da calçada
Conhecem-me pelos passos.
Até me tratam por tu.
E sussurram-me em uníssono
Olá Josééééé…
É o déjà-vu diário.
E é este o meu mundo físico!
O mundo que eu não escolhi.

domingo, 6 de junho de 2010

Em rodopios de azul!


Imagino-me!
Deitado nas nuvens brancas
Que acariciam o sol.
E deixo-me levar…
Em rodopios de azul.

Lá, em baixo…
Deixei a escuridão.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Um salto no tempo!


Dei
Um salto no tempo
Do que sou.
Fui ao futuro.
Regressei ao passado.
E nada mudou!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Chamam-me poeta!


Chamam-me
Poeta,
Como se o fosse!
Eu?!
Que, simplesmente,
Escrevo as palavras
Que me saem da alma.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Libertar as palavras.


Hoje!
Deixei
As palavras fechadas
No silêncio do meu grito.
Mais tarde…
Libertá-las-ei
Num poema de amor.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Começar de novo!...


Guardei!...
Guardei na cave fria e húmida,
Numa mala velha e sofrida.
Onde os bichos, hoje, dormem.
Retalhos da minha vida.
Tranquei a porta,
Joguei fora a chave
E comecei tudo de novo!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Sentir o amor!...


O amor
É sinónimo de vazio.
Tudo o que antes parecia importante
Deixa de o ser!
O passado e o futuro,
Convergem para o presente.
Nada!... Mas nada faz sentido!
As pernas carregam, cambaleantes,
A cabeça e o tronco
Embriagados pelas emoções do momento.
As palavras!...
As palavras tornam-se flechas,
Que rasgam o ar em todas as direcções
Na procura do desejado alvo.
Aqui, o cupido!
Deixa de fazer sentido.
Tudo se resume
A um abstracto de emoções.
À ponta do cordel
Do novelo do amor.
O começo de um caminho
No labirinto da vida.
E também o doce momento
Onde tudo recomeça.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Os sons do silêncio.


Sinto-me só
Entre gente!
Entrego-me à ousadia
De ouvir os sons do silêncio.
Procuro nesta solidão do momento
A música de tua dança.
Que me acalma os sentidos
Desta dor de ausência.
Ausência de tudo e de todos
Até deste corpo que habito,
Deste sussurro, deste grito…
Da nostalgia dos meus dias
De onde escorre
A negra noite.
Ainda que por muito me afoite
Caminhar, nas brumas do que sou,
Desvendar os seus segredos.
Regresso para onde vou.
À música de tua dança.
Que povoa e exalta em mim
Os sons do silêncio!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Porque existo?!


Hoje…
Eu só queria
Perceber o motivo porque existo!
Descobrir caminhos
Que me levem à verdade…
Ou não?!
Metamorfosear-me
No vento que passa
E na chuva que cai.
No sol e no mar.
E navegar!...
Navegar sem rumo aparente.
Sem passado,
Sem futuro,
Nem presente.
Rumo ao longínquo horizonte.
Desta existência
Que procuro…
Ou não?!

domingo, 16 de maio de 2010

Escondo-me nas palavras!


Escondo-me nas palavras
Do que disse
E não disse.
Acobardo-me
Do que nunca te direi.
Faço dos meus dias
A minha penitencia.
E das noites
A escuridão da minha alma.
Hoje vivo…somente…
Das migalhas da tua presença!...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Uma noite lilás!


A linha curva
Da terra
Invisível se torna.
Nas curvas femininas
De um corpo magnetizado
De êxtase e sedução.
Iluminado
Por uma lua metálica
Abraçada
Por uma noite lilás.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Basta de palavras...


Recorde-se
Um dia
De chamar por mim.
Não para me criticar,
Não para me julgar,
Mas simplesmente...
Para me olhar.
Basta!...
Basta
De palavras supérfluas!...

Hoje, sinto-me feito de nadas...


Sinto!
A nostalgia das sombras
Deitada a meu lado.
Percorro o caminho da noite
Feito de cardos.
Lanço facas
Ao abismo do acaso.
Deito-me, embalado,
Na bandeira da guerra
E deixo-me levar…
E tudo porquê!?
Porque, hoje, sinto-me feito de nadas…

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Sonhei!...


Sonhei!...
Sonhei que conseguia voar.
E voei para longe…
Muito longe!...
Para lá de onde
O horizonte termina…
Para o sitio
De onde vem o amor.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Jantar com Eva


Procuro…
Neste meu encontro
Com o abstracto
Uma nesga
De realismo.
Que me faça sentir…
Que existo.
Só, assim, posso desfrutar
Deste jantar de pecado.