Ontem à noite Fiz amor com a morte. Vejam que sorte! Um, num milhão. E não é uma opção! É uma questão De vida ou de morte. Dar-lhe prazer Antes de morrer É um apanágio De quem quer viver. De negro vestida Dizem as gentes De foice na mão Dizem os crentes. Mas na intimidade! Deixa saudade.
Chorei Chorei lágrimas de azul marinho. O azul dos teus olhos. Transparentes Como gotas de agua pura. Belos, Intensos E cheios de amor. Só voltarei a chorar Quando o horizonte te trouxer.
Penetro Morosamente Na terra mãe. Como se me afunda-se Em areias movediças. Lentamente, Fundo-me com ela. Deixo de ser gente Para ser terra. Sublime prazer De uma metamorfose Que exalta os sentidos De quem morre Para dar vida. E eis chegada A primavera.
Quem sou eu?
Aquele?
O Outro?
Serei o triste?
O risonho?
O pobre?
O rico?
O amado?
O odiado?
O incompreendido?
O desgraçado?
O sem abrigo?
O pedinte?
O rejeitado?
Serei o enviado?
Serei um Deus?!
Afinal, quem sou eu?!
Serei todos?!
Ou nenhum?
" Todos os trabalhos aqui postados são de minha autoria "