
Liberto-te…
Dessa prisão interior
Do abismo em que tu cais
Em rodopios de paixão.
Nessa alma em clamor
Desse amor em desalento.
O choro!... leva-o o vento.
Leva também esses ais!...
E o lápis desenha as feridas
Onde elas doem mais.
Espero-te…
Na penumbra deste meu sol.
Na seda azul deste lençol
Que cobre, de tamanho, o mundo
E dos amantes a dor da ausência.
Onde as palavras só fazem sentido
No silêncio da madrugada.
Onde se espera tudo ou nada!...
Atrevo-me…
A procurar o abraço forte da paixão.
Nessa essência que me excita…
Nessa voz muda que grita
Nessa respiração que é minha.
Procuro nesse jardim
A paz das palavras não ditas.
Embriago-me na solidão
Com este vinho agridoce.
No cais da vida…
Olho o horizonte longínquo…
Olho nos meus pensamentos
A ilusão do momento
Que se transforma em tormento
Destas feridas que teimam em não se fechar.
Peço só, simplesmente…
A liberdade para voar.
Ser sublime…
É aquele!...
Que vive na felicidade
Do sentir sem tocar.
É viver na poesia
É ser poeta
É amar…